Pandemia e organização style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Momentos difíceis em saúde pública não são novidade para a humanidade. Já passamos, enquanto espécie, por inúmeras epidemias e pandemias. Como é um risco conhecido a preservação da humanidade, esses problemas já foram bastante estudados. Uma das preocupações é: de que maneira se pode garantir um menor impacto na saúde mental e na qualidade de vida das pessoas? Como garantir que as pessoas não passem por mais sofrimento do que o inevitável nesse momento difícil? Com base em dados históricos de outras epidemias e pandemias que já aconteceram, sabe-se que a postura das autoridades é bastante importante. A produção da ideia de segurança e tranquilidade está diretamente relacionada à postura que as autoridades competentes apresentam em situações difíceis. Portanto, é crucial que as autoridades que atuam nas políticas de saúde transmitam mensagens claras do que está acontecendo, de como será o desenrolar da situação e do que a população pode esperar. Todos estes cuidados influenciam diretamente no aumento ou não de sofrimento psíquico de pessoas que estão passando por uma pandemia SITUAÇÃO NACIONAL O que temos visto no Brasil nos passa uma sensação de desorganização, com cada esfera do governo (União, Estados e Municípios) produzindo discursos destoantes. Municípios preocupados com a abertura dos serviços de suas localidades, Estados preocupados em controlar a ocupação dos leitos e sobrecarga do sistema de saúde, e a União optando por não dar um direcionamento, deixando cada um decidir por si. No meio dessa queda de braço político, a população fica perdida, sem saber o que está de fato acontecendo, o que é seguro, o que não é, e quanto tempo precisamos levar adiante essa situação. Ter ciência do que deve ser feito é essencial em contextos como este, pois a incerteza, sobretudo em um momento tão delicado, pode produzir diversas doenças psíquicas. Além de ter um efeito prático na contenção da pandemia, políticas de direcionamento claro auxiliam bastante na promoção da saúde mental. O QUE ESPERAMOS Passado mais de um ano do primeiro caso da Covid-19 no Brasil, após 300 mil mortes, o governo está propondo uma articulação nacional. Estamos um pouco atrasados na tomada de medidas, mas isto não significa que a mesma não seja importante. É possível ainda atenuar as consequências e diminuir as perdas para muitos brasileiros. Esperamos que o governo consiga de fato se manter como articulador nacional. É um indicativo positivo, que pode auxiliar a população a se sentir mais segura, diminuindo o impacto de sofrimento e adoecimento mental nesse momento tão difícil. Escrito em conjunto com psicólogo Henrique Tobal da Paz.
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A loucura das massasRogério Koff style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> A premiação anual do Globo de Ouro deste ano, uma espécie de prévia do Oscar, priorizou claramente filmes e protagonistas politizados, enfatizando questões relacionadas à diversidade sexual, identidade de gênero e raça. O cinema está ficando cada vez mais chato e ideológico. Indico um excelente livro chamado "A loucura das massas" (2020), do escritor britânico conservador Douglas Murray (na foto). Ele comenta que o colapso das ideologias no início dos anos 1990 produziu uma espécie de campo abandonado, no qual proliferaram as ideologias identitárias, que apregoam que pessoas podem ser classificadas de acordo com sua orientação sexual ou cor da pele. O autor evoca o discurso de Martin Luther King em 1963, quando ainda vigoravam leis racistas nos Estados Unidos. Ele sonhava com o dia em que as pessoas seriam julgadas por seu caráter e não pela cor da sua pele. DRAGÕES IMAGINÁRIOS Mas a esquerda do novo milênio parece ter rejeitado o sonho de King, e acabou decidindo que a cor da pele é mais importante do que o caráter. Mesmo após a conquista de direitos equivalentes nas sociedades ocidentais contemporâneas, esta ideologia propulsiona movimentos violentos com o Black Lives Matter. O mesmo ocorreu com as campanhas pelos direitos das mulheres e dos homossexuais. As últimas décadas reverteram grandes injustiças históricas. Mas certos ideólogos sofrem da "síndrome de São Jorge", o qual, depois de derrotar o dragão, vê a si mesmo vagando a esmo e procurando dragões imaginários. FUNDAÇÕES MARXISTAS As novas ideologias têm inspiração marxista. Mas, ao contrário dos trabalhadores explorados pela classe dominante, agora temos novas vítimas e algozes. Os "opressores" são as pessoas brancas, do sexo masculino e heterossexuais. As vítimas seriam os gays, qualquer pessoa que não seja branca, mulheres e pessoas trans. Murray tributa essa "loucura das massas" a uma tentativa de "correção excessiva". Como houve preconceito no passado, a ideia é acelerar o processo para chegar à igualdade, ainda que isso signifique discriminar pessoas que não pertencem aos grupos minoritários. Gays que ousaram declarar apoio a Donald Trump acabaram massacrados por seus supostos pares. Pessoas negras que criticaram os excessos do Black Lives Matter tiveram o mesmo destino. A liberdade de pensamento é menos importante do que a fidelidade ao "grupo" ao qual o indivíduo deveria pertencer. O futuro temido por Murray é o de um mundo no qual discriminações do passado serão combatidas com mais discriminação: homens devem valer menos do que mulheres e pessoas brancas devem ser depreciadas em relação aos negros, sem falar nos heterossexuais, que certamente estarão errados. As antigas premissas de justiça social dão lugar a uma espécie de "vingança histórica". Movimentos que alegam ser antifascistas acabam por se tornar, eles próprios, intolerantes e fascistas. Antes que leitores à esquerda me critiquem por trazer um autor conservador, ou mesmo carimbá-lo como "fascista", informo: Douglas Murray é gay. |